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Maior parte dos clientes de detetives particulares do DF são mulheres que desconfiam de traição.

Maior parte dos clientes de detetives particulares do DF são mulheres que desconfiam de traição. Por outro lado, quando são investigadas, elas dão mais trabalho por serem "mais astutas" que eles

Maioria dos casos do detetive Edilmar Lima é voltada para supostas traições conjugais cometidas pelos homens Arquivo Pessoal

A grande maioria dos clientes dos detetives particulares do Distrito Federal são mulheres que desconfiam de uma traição do companheiro. Uma pesquisa feita pela reportagem do R7 com dez agências de detetives particulares no DF detectou que, em média, 15 mulheres por semana contratam os serviços desses profissionais para investigar casos de infidelidade dos parceiros. Já os homens representam menos de 10% desse total: são clientes esporádicos dos detetives.

Em compensação, os casos trazidos pelos clientes homens aos detetives costumam dar mais trabalho. De acordo com os profissionais ouvidos pela reportagem quando investigadas as mulheres dão mais trabalho porque são "mais astutas" que eles. Entre os motivos que mais levam os brasilienses aos detetives estão, principalmente, a desconfiança de traição conjugal e pais que querem saber onde, o que fazem e com quem estão os filhos. Também não é incomum os serviços serem requisitados para assessorar advogados que buscam provas com o objetivo de inocentar ou culpar determinada pessoa durante processos judiciais. O policial militar reformado Alfredo Orega, de 64 anos, trabalha há 27 como investigador profissional. Ele disse que entre os princípios éticos da "categoria" estão a total discrição e o sigilo absoluto de todas as informações em qualquer hipótese. — Quando alguém me contrata é porque tem alguma suspeição muito forte e está sofrendo. Geralmente são dúvidas de traição, mentiras e drogas em todos os níveis que se possa imaginar. Nesses casos, fico na cola se for preciso, 24 horas por dia da pessoa investigada. Ou seja, acompanho, documento e registro todos os passos desde o momento em que ela sai de casa até a hora em que retorna sem deixar que perceba a perseguição. Normalmente, os trabalhos são realizados por equipes multidisciplinares de detetives particulares que se dividem, de forma discreta, em vários veículos para seguir a pessoa investigada sem que ela desconfie. A comunicação é feita entre eles por meio de rádios e para deixar o cenário de atuação o mais natural possível são usados carros e motos descaracterizados. Durante o trabalho, são usados vários equipamentos como microcâmeras escondidas em gravatas, canetas, celulares, copos, pastas e até mesmo relógios. Elas são capazes de gravar áudio e vídeo em altíssima resolução e todo o material é entregue com os devidos relatórios ao término de cada investigação a quem contratou os serviços. Orega explica que na maioria das vezes a suspeita de quem contrata o investigador é confirmada. Pela experiência de quase três décadas ele relata que os desconfiados demonstram alívio ao descobrirem que estavam certos e surpresa quando percebem que estavam errados. Apesar de as mulheres procurarem mais intensamente pelos detetives, ele desconfia que elas são responsáveis por um número de traições tão elevado quanto eles. — Nem sempre os maridos contratam os serviços porque não estão dispostos a saber da verdade, mas acredito que elas traem tanto quanto ou até mais que eles. O detetive contou que quando estão sob investigação as mulheres costumam dar mais trabalho que os homens porque fazem tudo de forma melhor planejada.

— A mulher parece ter um instinto, um sexto sentido. Se ela disser que vai ao shopping, supermercado ou qualquer outro lugar ela vai mesmo. Chega lá, troca de carro e sai com o amante. Em muitas vezes, despista o detetive e quase sempre precisamos contar com a ajuda do marido, noivo ou namorado, que pega algumas pistas que ela deixa sem perceber, para concluir as investigações.

Outro profissional experiente é o detetive particular Edilmar Lima, que está no mercado há pouco mais de 20 anos. Ele é um dos responsáveis pela CUFDB (Central Única Federal dos Detetives do Brasil – Ltda) e disse que, em geral, um bom investigador é aquele que tem facilidade de encontrar provas e informações.

Ele ressaltou que ninguém "vira detetive, mas nasce um" e por essa razão é preciso tomar cuidado na hora de escolher a pessoa correta para ter acesso a informações íntimas e pessoais. — Existem profissionais e profissionais. É preciso cautela na hora de escolher aquele a quem você entregará sua vida pessoal e íntima, porque o risco de criar um problema mais sério ao invés de resolver o que gostaria é muito grande. É comum no meio clientes sofrerem extorsões ou chantagens. A maior parte do público dele também é de mulheres desconfiadas dos maridos, noivos ou namorados. Metade delas são de classe média alta, uma vez que a diária de um detetive particular pode chegar a R$ 800 ou, em outras situações, R$ 2 mil por semana. Lima estima, com base no banco de dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que atualmente pelo menos 90 mil detetives particulares atuem em todo o País. Ele também explicou que, em raras ocasiões, os trabalhos são requisitados para ajudar nas investigações da Polícia Federal, Polícia Civil ou Polícia Militar. O investigador também fez questão de salientar que em determinadas épocas do ano, como as datas comemorativas, os trabalhos aumentam significativamente para todos os investigadores do Distrito Federal. — Por incrível que pareça perto de datas comemorativas os trabalhos aumentam significativamente. Dia dos Pais, por exemplo, as clientes tendem a dobrar a vigilância em cima dos companheiros, especialmente se já estiverem desconfiadas. Os detetives Presente nas histórias de ficção e no imaginário das pessoas, o trabalho do detetive no Brasil é regulamentado por lei desde 1957 e reconhecido pelo MTE por meio do CBO (Código Brasileiro de Ocupações). O código permite ao profissional cadastrar-se como autônomo ou ter a carteira de trabalho assinada após a realização de um curso de qualificação específico. Apesar da regulamentação não há nenhum conselho de classe ou órgão fiscalizador da profissão. Quando formado, o trabalhador recebe um registro de CBO e fica apto a exercer a profissão por conta própria ou para agências do ramo. Esses investigadores atuam na área privada e prestam serviços específicos conforme a necessidade de cada cliente.

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